terça-feira, 16 de março de 2010

Eita, trem

Foi tiro e queda. Na cozinha. Dona Euci, com a touca na cabeça, catava feijão. Ângela contava as proezas do filho mais novo. E o trem fez piuí. Tiro e queda para uma mente insana e sem filhos enquadrar a cena no filme da sessão da tarde. E era ‘à tarde’. Tinha sombra de jacarandá lá fora e flor das nove horas esperando pra perfumar a gente. Barriga cheia do almoço e cheirinho de janta no ar. Pote de plástico cheio de mamão picado. Mamão docinho. Caminhão do mamão. Olha o mamão!
Esse barulho do trem dá medo na gente, tia. Atrapalha a bronca também. Mas quando começa o barulho da criançada, a gente lembra do mamão, do trilho do trem, do feijão. Sorriso da gente corre lá pro passado, pra infância, pro feijão que a mãe contava. Nem conta mais. Nem história, nem arroz e nem feijão. Daí o barulho acaba; vira música, eu sei lá. Daí um ninhozinho de piolho abraça a gente, sorri faltando um dente e diz, quase querendo ser sincero: ‘quando crescer, quero ser bunita igual você, tia’.
Sei lá... coisas de sessão da tarde.

4 comentários:

Tyler Bazz disse...

Não tem jeito... tem menino que é pré-programado pra crescer e ser, ahn... ridicularizado pelo mundo.

Ô fase.

Rô disse...

coisas que só 'ELAS' são capazes de fazer: fazer sentir, fazer gostar, fazer amar oq fazemos... e ama-las!

se algum fiozinho de cabelo resolver chamar mais atençao q os outros e aparecer branco... pintamos, oras!

aehaiehae
te amoooooooooo mto, francezinha.... sempree... ;*****

. disse...

Sinceramente, eu é que deveria agradecer voce pela sua visita no meu modesto blog. É uma moça cheia de Graça e que simplesmente me deixou encantado

Unknown disse...

que lindo d. letícia!