quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Sou feita de madeira, matéria morta

A porta estava trancada e ela só queria usar o telefone. Então, ela quebrou a porta. Arrombou. Despedaçou o batente. E foi só. Se ela queria a atenção do mundo, problema seu. Se precisava abrir a porta da vontade de arrebentá-la; de arrebentar-se; de arrebentar-te... e daí? O que importa é que o batente caiu. A porta abriu. Os moradores chegaram. Brigaram. Choraram. Eu vou pagar! Elas choravam. Eram lágrimas e farpas e palavras e vazios pisoteados no chão. Pode me xingar, assim fica melhor. A vítima sou eu. Eu sou o centro agora... e agora. E agora, o que vai fazer, ahn? Eu já te fiz chorar. Eu já abri o mundo; eu já extravasei. E eu nem precisei usar o telefone.


E ela só queria um pouquinho de mundo. Disk Mundo, boa noite. Não desligue, sua ligação é muito importante para mim.