Cadê meu pedaço da manga? Quero fiapo que faz cosquinha na língua. E a casca que, no fim, lambuza a ponta do seu nariz. Das jabuticaba do seu zói, que brilha, bria... e muda de cor quando explode na minha boca, você. Você é que é jabuticaba. Você que é uva, e, se azedar, a gente chupa com casca e tudo! E se for doce? Que seja doce, uai! Ingual mamão com açúcar, limão com pinga, morango com mel. Do mel que também brilha, oia só, que nem você quando vê eu. Eu que procurei, desde um toquinho, descobrir que diabo que é esse trem de “brilho nos zói”. Eu que encontrei quando vi eu... nocê. Eu que... BANANA! escorreguei na casca e cortada, expremida – a fruta – virei suco! Mas, eita! Engasgou, foi? Ah... carocinho de laranja, bom se fosse de manga. E ainda vai dizer que tu, mangando assim de eu, não sabe que o fiapo da sua manga não cabe nos meus dente? Nem de pano, nem de açúcar, nem de mim. Tira esse caroço daqui! Tira de mim. Tira?
A mentira, vou dizer, é que o fiapo dessa fruta faz cosquinha na minha língua, na ponta do coração.
Leva tudo embora! Eu quero é mamão!