É difícil não se importar. Simplesmente não se importar; simplesmente difícil. E quando não dá, a gente pensa.
É complicado não reviver memórias se a música toca. Acorde após acorde. Unicamente, toca. E quando relembra, a gente suspira.
É estranho conhecer outros nomes iguais ao seu e nenhum deles ser o seu. É chato não ser você. E quando não é, a gente lembra.
É ridículo ter medo de te encontrar na rua. Decepcionante não encontrar. E quando encontra, a gente disfarça.
É engraçado fingir a falta de entusiasmo quando você liga. Você liga. Mas quando não, a gente espera.
É absurdo deixá-lo tocar o meu violão. O meu violão para ela. Toca: a gente ouve.
É impensável estar pronta em dez minutos. E, pra você, a gente está.
É impossível ficar longe. E, quando aqui, é sempre lá. A gente compreende.
É monótono esperar aparecer. Não aparece. A gente dorme.
É eufórico seu olhar. Não olha. Não liga. Não ama. E, a gente, desmontando cada pedacinho de esperança; de cuidado; de projeto de amor; de monossílabos; de “talvez ele deva estar ocupado”... a gente? A gente chora.